20 de jun. de 2013

Edifício do que Quiserem Chamar

Eu sou a desconstrução do edifício da poesia
Eu sou a poesia nos teus atos falhos
Eu sou a falha no decorrer do acaso
Eu sou o acaso do prazer na sorte
Eu sou a sorte nos caminhos da vida
E eu sou a vida inconcreta de concreto no meio da edificadora desconstrução

3 de jan. de 2013

Compreensão dos Loucos

                Eu sou um louco. As pessoas costumam ter medo de mim. Meus pensamentos são tão brilhantes, mas ninguém consegue compreendê-los. A rua é meu lugar, meu refúgio. É na noite que eu aconteço, é nela que eu sou quem eu quiser.
                Não sou um louco poeta, nem um louco das ideias. Sou apenas maluco. Tenho um parafuso a menos e mesmo que quisesse não me adequaria à sociedade.
                Em momentos de lucidez raros como este, eu me dedico a escrever sobre a minha perturbadora e transtornada mente humana. Perturbadora pelo fato de funcionar de maneira diferente. Transtornada por minhas experiências traumatizantes.
                Mas a mente de um louco é inocente. Tem que ser compreensível com ela. Assim como é com uma criança. E também é preciso ter paciência, pois um louco não é louco porque quer.
                Louco é louco não porque lhe falta lucidez, é porque lhe falta compreensão.

15 de dez. de 2012

Homem Máquina


Pétalas de rosa
Que me lembra seu ser
Espinhos de rosa
Que me cortam ao me ver

De sua autoria
Ilusão, sorrisos e lábios
De minha autoria
Engano, pensar ser sábio

Não posso te ver
Como eu queria antes
Não pode mais me ver
Feliz e resonante

Mentiras confortantes
Já não acredito mais
Mentiras que te seguem
Já não te quero mais

Da esperança
Vem o sofrimento
Da vida mal vivida
Vem o cabimento

E agora
Olho para frente
Mas agora
Meu coração não sente

Estou me afundando
Em páginas mal escritas
Está se afundando
Em percepções distorcidas

Nada é pleno
Mas deveria tentar ser
Metade não é pleno
Mas esforça-se para ser

A emoção abandona
Agora, nesse momento
A esperança abandona
Agora não mais, não tento

Doce era o seu beijo
Mas na verdade ficou amargo
Doce era apenas ilusão
Ele sempre foi realmente amargo

Não virarei máquina
Viverei, homem
Homem máquina
Até que outro alguém me tome

Eletricidade
Para meus nervos
Eletricidade
Minha única dor

27 de nov. de 2012

O Dia Em Que Morri


Hoje sonhei com o dia de minha morte
O sonho foi tão real que pareceu uma visão
Passei o dia todo me perguntando se era vero
Lembrei que todos os dias fico com medo da morte
Talvez seja uma dádiva divina poder saber dela
Ou talvez, meu castigo, minha perdição

Ficarei ouvindo a súplica dos ventos
Com ouvidos diferentes até o meu suplício
Não tentarei usar frascos e comprimidos para adiar o dia
E objetivarei ser bondoso com os fracos e oprimidos
A vida muda a todo instante, apesar de constante
A morte por outro lado é o seu grande momento, tão volátil

Qual o sentido de estar aqui? Por que ficar perguntando?
Por que tudo parece estar girando ao meu redor
E na verdade, eu sei que não está
Talvez um seja tudo, e tudo seja apenas um
Talvez uma das minhas principais tarefas seja amar
E outra seja me desenvolver para nunca errar

Essas são as charadas que a vida oferece
Charadas que nunca se pronunciaram, mas todos sabem
Talvez vivemos num mundo de ilusões
Mas quem será eu para adentrar esse mundo
E provar o contrário?
E isso vai me estrangulando em silêncio até o grande dia

A minha morte se tornou minha obsessão
Talvez essa morte seja apenas um caminho
Ele poderá mudar de acordo com as minhas escolhas
Mas só se eu fizer as escolhas certas
Ou talvez escapar de um hábito equívoco
Mas não significa ser equívoco, talvez só necessário

Se eu tenho poder para mudar minha vida
Eu vou mudá-la para melhor e não temer o futuro
Meu sonho é ser um velho ancião como aqueles das lendas
Ser sábio e velho o suficiente para ver meus filhos morrendo
Guiá-los adentro dessa empreitada sem ser equivocado
Só espero empreender bem tudo durante minha instância

Quero desvendar todos os segredos dessa trama
Sou o personagem principal junto com outros 7 bilhões
E espero não me decepcionar mais do que já estou
Sinto fome de vida, sinto fome de descoberta
Me alimentarei das experiências e das reflexões
Mas no fundo me sinto um corpo flácido
Será que meu espírito não seja uma mera impressão?

A vida é tão agonizante se você pensar em esperança
É como enfrentar o não-existir e o fim da existência
Que parece impossível, mas existe
Afinal se o não-existir existe, não existimos?
Eu só sei que eu existo, mas será que os outros sim?
Talvez eu seja Deus e ao mesmo tempo nada

...E não simplesmente morrerei

17 de nov. de 2012

O Guerreiro Lacrimoso

                    Minhas lágrimas viraram minha espada. Minhas lágrimas eram como o metal que foi escavado pelo arrependimento e foram forjadas pela esperança. Cicatrizes foram curadas e receberam descanso. Hoje essa espada é a minha grande arma. Minhas emoções mostram quem eu sou. Minha índole é nobre. A única preocupação que tenho é os que se opõe a ela. Mas não temo. Minha armadura é irmã de minha espada. Forjada pelo tempo e amadurecimento. Com as duas eu sou um guerreiro. Com as duas eu me torno mais que um simples ser humano. Nu, despreparado, sem anseios ou esperanças de um futuro melhor.
                    As lágrimas não só forjaram as armas, mas o guerreiro. A minha destreza com tais artefatos não se podem comparar com a de nenhum outro guerreiro neste momento. A minha destreza faz com que eu me torne só um com elas. E único, apesar do improvável. A minha espada é uma extensão cortante do meu braço. Minha armadura um exoesqueleto protetor. Não sou um animal bárbaro com elas. Sou um deus.
                    Hoje eu terei uma batalha. Será a maior batalha que já travei. Ainda maior que as grandiosas batalhas que eu já travara. Ela pode decidir a guerra inteira. E após minha vitória lustrarei minha armadura e amolarei minha espada. As prepararei para mais batalhas e nunca confiarei minha perdição à elas. E mesmo se perder, sei que não morrerei. Pois minha armadura me protegerá e minha lâmina ficará mais forte. Cada vez mais e mais forte. Até o momento que não precisarei mais chorar.
                    Cheguei às linhas de batalha. A vista é linda apesar da névoa e das fogueiras ao decorrer do horizonte. Tudo está destruído. A única chama de esperança é um guerreiro como eu. Vejo um exército negro a severas jardas de distância. São bárbaros. Sanguinários e egoístas. Tudo o que pode ser desprezado por meu povo. O inimigo é numeroso, mas nós estamos melhor equipados. O poder de meu sofrimento só não é igual a imensidão que o sol do meio dia toca. Vou para minha luta sabendo que vou retornar. Mas esta batalha ficará marcada para sempre no chão desta terra e nos meus filhos. Minha lenda pessoal está prestes a começar.

13 de nov. de 2012

Belle Époque

                      Nós estamos vivendo mais uma Belle Époque, parecida com a qual a Europa passou no final do século XIX até os primos acontecimentos da Primeira Guerra Mundial. Neste exato momento as pessoas estão em casa ou na rua despreocupadas com razões internacionais e o amanhã de suas nações. Não conto com a guerra no Iraque pois é um conflito longe de nossa realidade. Falando de realidade eu falo sobre o eixo América-Europa.
                      Afirmo ainda que essa passagem da história que está sendo escrita neste tempo corrente é muito mais parecida com a primeira ocasião do que pensamos. Essa época foi vista como um marco da transformação cultural e intelectual que mudou o quotidiano em seu jeito de viver e pensar tal como estamos presenciando. É claro que se está inovando cada vez mais em todos os campos das artes, ciências e religiões. Isto é ótimo, só tem um problema: a Primeira Guerra Mundial também surgiu de um momento de paz internacional assim. Não quero ser pessimista, porém, na esfera de que estamos falando há um potencial  razoável de começar um novo conflito.
                      Crise na Europa. Ascensão de partidos de direita no poder. Há só um porém, as pessoas perderam o ideal nacionalista. Estão todos frios e egoístas, não há o desejo de expandir seus territórios como se havia antes. A Europa podia se unificar, ganhar poder e sair da crise. Mas é aí que está, ninguém do antigo continente quer se ajudar. Podem estar num bloco econômico com potencial sem igual, todavia, não se unem pois não resolvem suas diferenças. Com esse pensamento egocêntrico nunca sairão da crise de maneira saudável.
                      A manutenção do instinto de guerra é algo que fortalece e une uma nação. É por isso que se vê tantas nações de Primeiro Mundo investindo em conflitos no Oriente Médio. Isso exalta o sentimento nacionalista, fortifica os povos de cada nação. É assim que estaríamos prontos para uma ou várias batalhas
                      É dessa maneira que acabo minha teoria de que a Guerra é produto da Paz. A Belle Époque, por mais que se repita, tornará por causar mais um conflito. E esperemos que não tome proporções tão grandes como as grandes guerras mundiais.

8 de nov. de 2012

Essa é a Razão

               Essa sexta-feira que passou assisti meus amigos fumarem. Assisti porque não costumo fumar. Tal coisa ocorre pois não sinto satisfação com isso. E eu não sei o porque que não me satisfaço. Talvez o efeito de certas drogas não me afetem tanto. Me recordo que acontece o mesmo com álcool. Eu não fico tonto rápido nem tão mais falante. Fico quieto, logo, é a minha natureza. Porém fico com mais iniciativa. Essa é a razão de eu beber.
               Voltando ao assunto... As pessoas utilizam drogas ao meu redor. Lícitas e ilícitas. Nem todas, porém, das que usam, eu costumo me tornar colega eu mesmo não usando nada. E eu vejo elas aproveitando todo potencial dessas drogas. Enquanto eu não me atrevo a chegar a essa exaltação. Nem sei se sou capaz de atingir esse êxtase com quantidades seguras. Essa é a razão de eu não fumar.
               Meu amigo fumou bastante nesse dia. Esteve num estado de alegria no mínimo intrigante. Ficou falando coisas sem sentido enquanto achava que provavelmente era o dono da razão. Os seus reflexos se encontraram ruins e seus olhos ficaram levemente fechados e vermelhos. Foi motivo de risadas dos nossos amigos até voltarmos pra casa. Essa é a razão de eu não chapar.
               Ainda tive que levá-lo no ponto de ônibus. Pelo menos conseguiu chegar em casa. Lá fui eu, então, de volta para casa. Dia seguinte eu tinha uma prova importante e precisava dormir. Dormi lindamente. Acordei e fui comprar um energético para fazer a prova. Prova feita. Saí do local e avistei uma feirinha de livros nos arredores. Terminei por comprar um livro de Nietzsche: O Nascimento da Tragédia traduzido para o português. Voltei para o recinto do meu bairro e fui distribuir poesia. Mesmo que as pessoas não me deem nenhuma dilma em troca, se me derem um sorriso estarei satisfeito. E essa é a razão de eu ser feliz.